Para obter a certificação LEED, por exemplo, é preciso atender todos os pré-requisitos em cada uma das categorias avaliadas pela certificação, incluindo itens relacionados à localização do empreendimento. Ao final, os pontos de todas as categorias são somados e o empreendimento recebe (ou não) a certificação considerando o nível: Certified é obtido com uma pontuação entre 40 e 49 pontos, Silver de 50 a 59, Gold de 60 a 79 e Platinum com 80 pontos ou mais.
Atualmente, o Brasil está no ranking dos TOP 5 países com mais certificações LEED no mundo. O país ocupa o 4º lugar no ranking dos países e regiões fora dos Estados Unidos com cerca de 640 projetos que totalizam mais de 13 milhões de metros quadrados que se adequam a estes padrões.
Mas afinal, o que faz uma construção ser considerada sustentável quando o assunto é o lugar em que ela está? Veja mais a seguir.
Quais são os pontos importantes na localização de um edifício?
A análise começa na escolha do terreno no que diz respeito a transporte, acesso à malha viária, comunicação com o entorno, acesso aos serviços e residências, se aquela área possui valor histórico ou algum tipo de contaminação etc. Este contexto na localização de um edifício é relevante para a certificação.
Para receber pontos, esta seleção deve excluir àqueles que estão próximos a regiões agricultáveis, mangues, parques públicos, com cotas abaixo de níveis de alagamento, classificadas como habitat de espécies nativas e/ou ameaçadas de extinção e próximos a corpos d’água.
Para ganhar todos os pontos possíveis na categoria de Localização, o ideal seria que o empreendimento estivesse em um bairro que já tenha a certificação LEED ND. Mas há outras formas de obter essa mesma pontuação na soma final. Uma delas é construir em um bairro histórico, já que eles estão localizados em regiões centrais e têm toda a infraestrutura de transporte e saneamento acessíveis. Isso pode ainda gerar uma requalificação urbana.
Outra estratégia é construir em uma área previamente desenvolvida. Por conta do espalhamento urbano, ou seja, o afastamento da população do centro, o uso do automóvel se torna peça chave para se locomover entre as regiões. Visando a sustentabilidade, a ideia é retroceder este movimento e aproximar as pessoas dos locais que já tiveram desenvolvimento de infraestrutura.
Mais uma opção pensando na localização de um edifício é a recuperação das áreas contaminadas. Antigas fábricas, postos de gasolinas, por exemplo, têm um grande passivo ambiental, o que acaba desvalorizando o terreno e o seu entorno. Para construir nesse local e receber a pontuação, é preciso descontaminar a área, requalificando-a.
Também é possível construir em áreas adensadas (que tem muitas edificações por m²) e apostar na verticalização para obter maior ocupação sem espalhamento. Com isso, precisa existir a oferta de serviços básicos como bancos, farmácias, supermercados, igrejas, entre outros, em um raio de 400 metros, a fim de atender a comunidade daquela região sem muito deslocamento.
Como você pode perceber, há uma série de ações, em diferentes categorias, que devem ser utilizadas para que um empreendimento seja considerado sustentável. Projetos que se tornam excelentes em uma categoria em particular recebem o status de “Zero”. Aqueles que geram toda a energia consumida são chamados de Zero Energia. Dentre estes, um exemplo ainda pouco debatido no Brasil são os empreendimentos zero resíduo.
Fonte: GBC BRASIL