Antes de ser um motorista ou ciclista, todos somos pedestres. Pensar modos mais seguros do trânsito a pé, mas que também tragam alternativas de lazer e contemplação para os transeuntes, é conceber uma cidade mais justa e que brinda uma maior qualidade de vida - que respeita a todos seus cidadãos e preza pela saúde destes. Sendo assim, reunimos aqui alguns parques, travessias e passarelas que foram pensadas exclusivamente para o uso não motorizado.
Publicidade

Espaços de conexão e acessibilidade

Em Cabo Verde, a Reabilitação Urbana de Alto de Bomba reconhece o a malha urbana existente – muitas vezes em estado precário -, a partir da qual se organiza uma discussão permanente que possibilita ativar os espaços ao produzir uma maior acessibilidade e conceber zonas de encontro para a comunidade.

A importância do patrimônio histórico edificado e a conciliação dos diversos usos existentes e desejados para o importante eixo de ligação no Centro Histórico de Salvador, no Brasil, são priorizados no projeto da Ladeira da Barroquinha, que aproveita a morfologia do terreno que acompanha os desníveis da Rua Chile e cria plataformas em concordância com a inclinação da rua.

Outros possíveis destaques são a Rampa de Chegada ao Caminho de Santiago que recupera a ideia do caminho a partir de um percurso sinuoso, que além da melhoria funcional, se apresenta como um marco da mudança de tempo (chegada) e espaço (entre a montanha e a cidade), e as Escadas do Monte dos Judeus que aborda a estratégia dos novos “percursos pedonais mecanizados” e reforça a interligação urbana pedestre, traduzida num percurso circular de larga escala que liga a parte alta da cidade ao rio e vice-versa.

Por fim, a Conexão para pedestres entre Barcelona e Montcada i Reixac demonstra como pensar a conexão entre diferentes distritos pode trazer espaços de contemplação da paisagem que respeitam a natureza e ajudam a gerenciar as águas pluviais.

Explorando o contato com a água

Projetar ao lado da orla de rios e praias, não se trata apenas de contar com o elemento da água como principal fator do projeto, mas também em favorecer a construção de espaços públicos de qualidade para a cidade. Como demonstra o projeto Tapete Albanês, que cria uma praça para pedestres, minimizando a circulação e a presença de carros, a partir de uma área de pavimentação compartilhada.

Vale também destacar a proposta de Reabilitação da Orla Minhang que gera um ambiente recreativo e facilita melhores conexões de pedestres ao promover um ambiente de vida mais saudável e sustentável, e a Orla Marítima de Aldilonda que cria uma promenade que se alarga e configura espaços de descanso, além de permitir uma maior interação com o próprio mar.

Espaços de contemplação

Outro destaque para projetos que priorizam o movimento humano está em espaços de contemplação que são criados como mirantes e que muitas vezes são concebidos com uma linguagem que convida as pessoas a desbravarem seus espaços.

Desacelerar, desconectar, deixar-se envolver pela imensidão da paisagem e refletir é um dos objetivos da Passarela-Mirante sobre as Minas de Rioseco, uma proposta que valoriza a paisagem natural, bem como o patrimônio industrial, a história e a memória da mineração na Espanha. Já o Chemin des Carrières, a trilha das pedreiras, é um laço ondulado na paisagem, um convite para caminhar e descobrir paisagens esquecidas por trás da ambiciosa reconquista da ferrovia Rosheim-St Nabor, na Alsácia.

 

Fonte: Archdaily