De maneira geral, os projetos de edifícios e casas se iniciam a partir de estudos preliminares de arquitetura, tomando nota de seu entorno e das demandas dos clientes. Com o programa estabelecido, parte-se para o desenvolvimento do projeto, se fazendo necessária a inclusão de outras áreas técnicas que complementam o projeto arquitetônico. As disciplinas complementares determinam diretrizes que influenciam a concepção e o funcionamento dos espaços, impactando diretamente no projeto de arquitetura, o qual, por outro lado, tem a missão de compatibilizar todos os sistemas garantindo a funcionalidade total da construção, técnica e espacialmente, sem perder de vista o conceito pré-estabelecido inicialmente com o cliente.
São tidos como projetos complementares as disciplinas de estruturas, fundação, elétrica e redes, hidráulica bem como projetos de proteção e prevenção contra incêndio, proteção contra descargas atmosféricas, acessibilidade, luminotécnica, pressurização, climatização, drenagem, paisagismo, interiores, entre outros. Cada um desses projetos é uma camada que se soma à arquitetura a partir da escala e tamanho do projeto, e também a partir de seu programa. Há alguns complementares que são fundamentais em qualquer escala de projeto, de uma residência a um complexo hospitalar, como é o caso dos projetos de estruturas, hidráulica, fundações e elétrica. Essas disciplinas, junto da arquitetura, conformam o conjunto básico de projetos para uma construção.
À medida que a escala dos projetos aumenta, como é o caso de edifícios altos ou estruturas mais complexas como escolas e hospitais, surgem necessidades específicas como acessibilidade, proteção contra incêndios e outros. Além disso, os tipos de projetos complementares também variam de acordo com a localização geográfica. Em climas mais frios, por exemplo, é necessário prever projetos de climatização que envolvam aquecimento e resfriamento, pois não é possível garantir bons níveis de conforto ambiental apenas com estratégias passivas, enquanto em climas mais quentes há a possibilidade de mesclar entre medidas passivas de ventilação cruzada e o projeto de climatização. Há também a opção de projetos complementares que visam a sustentabilidade do edifício, como o aquecimento solar, por exemplo.
Os projetos complementares, portanto, são disciplinas que compõem os sistemas que existirão dentro de um projeto, e precisam ser desenvolvidos por profissionais especializados e qualificados para isso. Ao mesmo tempo, o projeto de arquitetura se responsabiliza pela soma de todas essas camadas, se atendo às especificidades de cada disciplina e buscando resolver conflitos construtivos entre elas. Dessa forma, tem-se na arquitetura a disciplina que soma seus complementares ao programa do projeto, ao conceito e às demandas dos clientes, resultando assim no projeto pronto para execução.
Fonte: Archidaily