No Dia Mundial do Meio Ambiente, celebrado no último dia 5, o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, lançou o Plano de Desenvolvimento Sustentável e Ação Climática. O documento norteará as metas ambientais da administração municipal para as próximas décadas. Entre as propostas está a adoção de somente ônibus elétricos nas linhas municipais.
Publicidade

A mobilidade elétrica no Brasil, sobretudo no que diz respeito ao transporte público, ainda é incipiente. Há soluções interessantes, como é o caso dos ônibus elétricos movidos a energia solar desenvolvidos no Ceará e em Florianópolis, porém a adoção das tecnologias ainda é bastante pontual.

No Rio de Janeiro, o compromisso é eletrificar 100% da frota de ônibus municipal até 2050. No mesmo período deverá ser alcançada também a neutralização das emissões de gases do efeito estufa. A médio prazo, até 2030, a prefeitura estabelece que 20% da frota de ônibus deverá ser composta por veículos que não emitam poluentes.

Os ônibus elétricos contribuem para a redução de poluentes e gases causadores do efeito estufa. Além disso, por não emitirem ruídos, diminuem a poluição sonora nas cidades.

Apesar de ser um grande passo para a capital do Rio de Janeiro, a meta é considerada conservadora por especialistas. Ao Automotive Business, o professor doutor do Departamento de Engenharia de Transportes da Poli-USP, Claudio Barbieri da Cunha, ressalta que “muitas cidades no mundo estão eletrificando frotas com metas para um futuro próximo, até 2025, apostando em regiões de zero emissão.”

O Plano Climático também estabelece metas a serem atingidas a médio prazo. Até 2030, por exemplo, a prefeitura pretende atingir 40% de empregos verdes formais na cidade e implantar coleta seletiva em todos os bairros. Resta esperar, e cobrar, que a prefeitura detalhe as ações para a transição de uma economia voltada para a sustentabilidade.

Confira abaixo as primeiras metas divulgadas:

Até 2030:

  • Alcançar 40% de empregos verdes formais na cidade;
  • Reduzir em 20% as emissões de gases de efeito estufa em relação à 2017;
  • Reduzir 50% do consumo de eletricidade na iluminação pública até 2030, por meio de tecnologia LED;
  • Ampliar as rotas de coleta seletiva para 100% dos bairros;
  • Investimentos mínimos de 350 milhões de reais ao ano para o desenvolvimento sustentável da cidade e a implantação de projetos até 2030;
  • Construir soluções baseadas na natureza para os desafios do espaço urbano: revitalização de 300km de vias e espaços públicos, com drenagem urbana sustentável e ampla arborização;
  • Nenhuma pessoa morando em áreas de alto risco de inundações e movimentos de massa nas áreas mapeadas e identificadas pela Prefeitura do Rio;
  • Reduzir em 50% o déficit e a inadequação habitacional na Cidade do Rio de Janeiro;
  • Duplicar a produção de alimentos por meio do programa Hortas Cariocas, garantindo segurança alimentar, renda verde e educação ambiental nos territórios que mais precisam;
  • Reduzir em 50% o volume de perda e desperdício de alimentos até 2030;
  • Aumentar em 20% a área destinada à produção agrícola;
  • Alcançar 80% do encaminhamento de resíduos orgânicos de alimentos, produzidos por atividades de grandes geradores para centrais de valorização (compostagem e/ou biodigestão);
  • Legalizar 100% das cooperativas de reciclagem integrando agentes à economia circular;
  • Aumentar para 90% a taxa de cobertura da rede coletora de esgoto com tratamento até 2030;
  • Manter os 3.400 hectares reflorestados e consolidar mais 1.206 hectares de Mata Atlântica no Rio de Janeiro;
  • Elaborar plano de ação para 100% das espécies da fauna e flora ameaçadas de extinção no município, visando adoção de estratégias para mitigação ou supressão das ameaças de perda da diversidade biológica terrestre e marinha;

Até 2050:

  • Neutralizar as emissões de gases do efeito estufa;
  • Eletrificar 100% da frota de ônibus municipal.

Via CicloVivo.