São Paulo, outubro de 2022 - O sistema de construção no país ainda segue bastante enraizado nas edificações utilizando alvenaria. O primeiro registro de engenharia civil no país remonta os documentos escritos por Frei Bernardo de São Bento, em 1684.
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Desde então, outros sistemas construtivos foram surgindo, promovendo redução de custos e tempo de execução. E mesmo com a inovação tecnológica dos materiais utilizados e dos recursos de aplicação, a alvenaria estrutural tem restrições em relação ao planejamento da obra, diferença inicial e final do orçamento, impossibilidade de remoção de paredes, dificuldade de manutenção, grande produção de entulho e de utilização de recursos hídricos e ambientais.

Aliás, este é outro ponto em questão: o inevitável impacto ambiental decorrente dos processos utilizados. Em dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Desenvolvimento da Arquitetura (IBDA) mostrou-se que aproximadamente 35% de todos os materiais extraídos da natureza anualmente no país, são utilizados em obras de pequeno, médio e grande porte.
Com o rápido avanço das mudanças climáticas e da degradação do meio ambiente, o mercado de construção segue na busca por sistemas construtivos alternativos, mais tecnológicos e sustentáveis. Essa transição também está relacionada à maior exigência do público e ampla concorrência, sendo cada vez mais importante investir em qualidade em relação às edificações por meio da modernização de processos.

Um dos exemplos de sistemas construtivos que servem como referência para promover uma mudança eficaz é o Steel Frame. Sobre sua estrutura metálica de aço galvanizado, permite a utilização de revestimentos de painéis e placas compostas por materiais como cimento, madeira, gesso e metal. Suas vantagens englobam a eliminação de grandes etapas de construção, a redução de resíduos de obra e uma maior facilidade na execução do projeto. Vale lembrar, que o produto consome o mínimo de recursos hídricos, sendo mais sustentável do que outros sistemas
construtivos.
Esse sistema já é utilizado nos Estados Unidos desde 1993, onde 84% das obras são feitas utilizando o material. Ele apresenta grande resistência e reduz o impacto de terremotos em prédios e centros comerciais. Também é possível encontrá-lo em outros países como Japão, Austrália, Inglaterra e Canadá. Já no Brasil, menos de 3% dos projetos utilizam o Steel Frame, que vem ganhando espaço gradualmente.

Em uma breve reflexão, do porque o mercado ainda não usa de maneira massiva o material, é necessário pensar o porquê de estarmos parados no tempo em relação ao uso dessa tecnologia. Seria uma resistência em relação a adaptação de novos materiais? Ou o fato de estarmos acostumados a modelos que seguem o mesmo padrão desde 1960?
Essas perguntas devem ecoar na mente de engenheiros, mestres de obras e, principalmente empreiteiras. A tecnologia vem para ressignificar processos tradicionais, principalmente em um país onde a construção civil é vista como um potencial econômico. Porque, mesmo com tantas soluções, ainda há pouca adaptação do Steel Frame, visto que o mesmo amplia a produtividade e facilita demandas em relação aos canteiros de obras?

Acredito que pensar nessas questões, nos levará a enxergar um caminho em que haja aceitação de que cada vez mais modelos tecnológicos servem como braço direito em processos, planejamentos e, principalmente, nos levam a resultados satisfatórios dentro do campo da engenharia civil no Brasil.