Poucas pessoas conhecem os processos de fabricação de placas cimentícias e muitos imaginam o sistema de moldagem como a de um pré-moldado, onde se coloca massa numa forma e deixa-se curar. A tecnologia de fibrocimento é antiga e data de mais de 100 anos, o processo foi batizado de Hatschek, devido ao seu inventor Ludwig Hatschek.
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Hoje, no Brasil, basicamente todos produtores de fibrocimento trabalham com processo Hatschek, e a Brasilit utiliza este processo porque começou fabricando telhas e placas de fibrocimento a base de amianto no passado e modernizou sua linha para produzir os produtos reforçados com fibras sintéticas (CRFS-cimento reforçado com fios sintéticos), materiais consagrados por suas propriedades mecânicas e resistência às intempéries.

Desenvolvemos e aprimoramos essa formulação ao processo Hatschek e chegamos numa formulação que permitiu à Brasilit patentear essa composição, que tem cimento, carga mineral, fibras, e outros elementos. A nossa placa é parecida visualmente com as demais, exceto pela composição cuja formulação resulta em um desempenho de estabilidade dimensional melhor e por isso que nós conseguimos patentear.

A maioria das placas importadas são as autoclavadas, cuja composição muda um pouco, porque o processo de autoclave necessita da presença de uma sílica moída necessária para formar algumas fases minerais de hidratação específica, sem fibra sintética de reforço, permitindo que ocorra um reforço através da cristalização dessas fases sobre a fibra de celulose.

Temos também no mercado as placas “Open-mesh”, parecidas com a fabricação do concreto, é um processo industrializado e relativamente rápido em relação a um processo de pré-moldado, porém nesses produtos “Open-mesh”, cuidados devem ser tomados em relação à resistência, pois alguns produtos utilizam telas de fibra de vidro pouco resistentes ao meio alcalino”.

Do ponto de vista de desempenho de produto, existe uma norma a 15.498, já na segunda revisão, feita a cada cinco anos, como a ABNT exige hoje, da qual tivemos participação efetiva na elaboração. Há critérios basicamente que visa controle do produto para liberação, conhecidos como “ensaios de aceitação”, tais como: controle geométrico, propriedades mecânicas e absorção de água; outros de desempenho: resistência ao fogo e, critérios que auxiliam o desenvolvimento dos produtos “ensaios de tipo” que abrangem os testes de durabilidade (simulam envelhecimentos acelerados em determinadas condições).

Quanto à impermeabilização das placas,  quanto menor a absorção de água, menor a variação dimensional que esse produto vai ter quando tiver sob a ação de umidade ou infiltração. A redução dessa absorção é obtida através do processo de tratamento com hidrofugantes em massa durante a etapa de fabricação.

O critério de medição dessas variações dimensionais adotado no Brasil é mais simples porém determina a variação dimensional por absorção de água entre a condição seca e saturada, ou seja, você está medindo a maior variação na placa, enquanto que as normas internacionais visam a variação dimensional entre 30 e 90% da umidade relativa que reflete a maioria das situações de aplicações, e que resulta em um valor menor comparativamente ao método brasileiro.