Solução construtiva amplamente utilizada em obras que demandam racionalização de recursos e agilidade de execução, o steel deck consiste em uma laje composta por uma telha de aço galvanizado, perfilada e com nervuras, e uma camada de concreto. Antes da cura, essa forma permanente atua como suporte para o concreto, eliminando parcial ou totalmente os escoramentos. Quando o aço e o concreto se solidarizam, eles formam um sistema misto que atua como armadura positiva.
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Além do molde metálico e da camada de concreto, o sistema é composto por telas eletrossoldadas que funcionam como armadura negativa, e arremates laterais em chapa de aço zincada. Em estruturas de aço, a fixação das formas pode se dar com solda ponto. Já em estruturas de concreto, a fixação é feita por pinos.

Uma vantagem associada ao steel deck é funcionar como plataforma de serviço e proteção aos operários que trabalham nos andares inferiores. Outro ponto forte é a flexibilidade. “As lajes podem ser usadas em estruturas de aço, concreto e até de alvenaria estrutural”, comenta o engenheiro Humberto Napoli Bellei, membro da Comissão Executiva do Centro Brasileiro da Construção em Aço (CBCA).

ASPECTOS DE PROJETO

As virtudes técnicas e financeiras do steel deck tendem a ser mais perceptíveis quando a solução é considerada na etapa de projeto, adotando-se uma modulação de vãos adequada à aplicação. Esse tipo de laje costuma ser mais competitiva em situações nas quais os vãos variam de 2 m a 4 m e quando é possível dispensar escoramentos. “Esse sistema construtivo deixa de ser vantajoso quando o vão supera os limites tabelados pelo fabricante para seu uso sem escoramento”, diz Bellei.

O uso do steel deck deve ser avaliado com ressalvas quando as sobrecargas são superiores a 3 t/m² e em panos que exigem muitos furos, como em lajes suporte de casa de máquinas de elevadores. A solução também deve ser vista com cautela em estruturas expostas à atmosfera marítima e nas quais o produto fica exposto sem forro. “Em ambientes corrosivos, há a possibilidade de utilizar o steel deck pré-pintado, o que confere uma durabilidade maior para chapa. Além disso, neste tipo de aplicação recomenda-se o uso do produto como forma perdida, ou seja, sem contribuição estrutural”, afirma engenheira Bianca Barros, responsável pela área de produtos estruturais da Perfilor.

O projeto estrutural com steel deck pode tirar proveito da geometria das lajes para facilitar a passagem de dutos das instalações e a fixação de forros. Há casos em que a forma metálica pode ser fornecida com pintura eletrostática na face inferior justamente para ficar aparente.

A especificação deve atentar para a qualidade do aço empregado na fabricação das formas e para os ensaios para determinação da resistência do perfil. “Deve ser utilizado aço estrutural com resistência ao escoamento nominal não inferior ao ZAR 280 MPa”, diz Barros, ressaltando que a chapa deve ter espessura mínima de 0,80 mm e revestimento de, pelo menos 275 g/m², conforme a ABNT NBR 7013 – Chapas e bobinas de aço revestidas pelo processo contínuo de imersão a quente – Requisitos gerais.

REFERÊNCIAS TÉCNICAS

São subsídios para o projeto com steel deck as tabelas de cargas disponibilizadas pelos fabricantes com dados como espessura das chapas, vãos máximos permitidos e peso próprio.

Os principais textos normativos que estabelecem os requisitos são:

• ABNT NBR 16.421:2015 – Telha-forma de aço colaborante para laje mista de aço e concreto – Requisitos e ensaios;
• ABNT NBR 6118:2014 – Projeto de Estrutura de Concreto – Procedimento;
• ABNT NBR 8800:2008 – Projeto de execução de Estruturas de Aço e de Estruturas Mistas de Aço e Concreto de Edifícios;
• ABNT NBR 14323:2013 – Dimensionamento de Estruturas de Aço de Edifícios em Situação de Incêndio.

 

Fonte: CBCA