Realizado pela Safra Corretora, o painel foi mediado pelo jornalista Luiz Peçanha, analista do setor da construção. O evento segue até amanhã (14/04) com os principais players do País debatendo as perspectivas e desafios do setor no ano de 2021.
Ao abrir o debate, o secretário Alfredo dos Santos reforçou que o programa ‘Casa Verde e Amarela’, ao contrário do ‘Minha Casa, Minha Vida’, busca trazer para a política pública uma visão mais ampla de atendimento às necessidades habitacionais, baseada no tripé produção habitacional, programa de regularização fundiária e aluguel social para as famílias que consomem mais de 30% da sua renda com aluguel.
Sobre carência de pagamento das prestações do programa, informou que não há demanda sobre o assunto no MDR.
Ressaltou ainda que um dos objetivos da Secretaria Nacional de Habitação é manter esforços para suprir o déficit de utilização de recursos no Norte e no Nordeste para que os brasileiros das duas regiões também possam ter acesso aos benefícios do programa.
Desempenho da construção em 2020
Ao avaliar a indústria da construção no ano passado, o presidente da CBIC destacou que, apesar de todos os pesares, 2020 foi um ano bom para o mercado imobiliário graças à Lei do Distrato, à taxa de juros baixos e ao maior incentivo à aquisição de imóveis para moradia.
“Houve um aumento de 9,8% nas vendas de imóveis em comparação com 2019 e agora teríamos que repor os estoques, mas já terminamos o ano com o desabastecimento de insumos e o aumento de materiais”, frisa.
Para Martins, o aumento de preços traz problemas sérios tanto para as empresas que não têm reajuste na faixa do ‘Casa Verde e Amarela’ quanto para as que têm reajuste, mas ele é anual.
O executivo alerta que a inflação do INCC, em maio de 2020, estava em 3,5%. Em fevereiro de 2021 estava na faixa de 11%, sendo que a inflação dos materiais em março estava em 28% e, a partir de abril – tendo em vista a atividade acelerada do setor, mais a pandemia e a inflação –, vai ter uma pressão enorme por causa das convenções coletivas.
“A curto prazo, o nosso problema é insumos. A médio e longo prazo, reformas estruturais”, destaca o presidente da CBIC.
Ajuste no preço de imóveis
Alfredo dos Santos anunciou que a Secretaria estuda a revisão da curva de subsídio e que, embutida, estará uma proposta de revisão de parâmetro de enquadramento da Faixa 1,5, que passa a ser a Faixa 2. “Antes mesmo da inflação de custos, essa faixa já vinha demonstrando queda na atratividade”, diz.
No que se refere às faixas 2 e 3, segundo o secretário, estudo indica que não há necessidade de revisão de enquadramento, porque as outras faixas se dão 80% abaixo do teto de contratação. “Se as empresas sofreram o impacto dos custos de construção, elas têm margem dentro dos valores existentes para fazer ajuste nas tabelas de preços”.