Esses fatores levaram o mercado de construção civil, arquitetura e interiores a criar padrões de construções sustentáveis, desenvolvendo certificações e sistemas de classificação destinados a mitigar o impacto de uma construção em um ambiente, por meio de projetos de arquitetura sustentável.
Para explicar mais sobre as construções sustentáveis, seus princípios, certificações e vantagens, escrevemos este artigo para você. Boa leitura!
Princípios básicos de construções sustentáveis
O processo de obtenção de uma certificação adiciona uma camada de responsabilidade e integridade à equipe de um projeto de construção. Embora um espaço possa ser verde e ter alto desempenho energético, mesmo sem ter um certificado, existem vários benefícios tangíveis que acompanham uma “certificação verde”, como:
- maior produtividade durante o processo de construção;
- oportunidades locais e nacionais de reconhecimento;
- maior valor de locação ou revenda;
- custos operacionais mais baixos;
- maior satisfação dos inquilinos.
Os princípios das construções sustentáveis podem ser organizados em 5 tópicos diferentes, que abrangem desde as fases de projeto, passando pela construção e chegando ao uso da edificação. Veja!
Projetos inteligentes
Todo projeto que visa a sustentabilidade deve ser pensado de maneira inteligente. Isso quer dizer que todas as características do terreno, como relevo, vegetação existente e o clima local, devem ser levados em consideração. Além disso, as características de ventilação e iluminação natural precisam ser trabalhadas para oferecer ao consumidor uma edificação que permita conforto térmico e luminoso.
Eficiência energética da edificação
Um dos pontos mais discutidos sobre construções sustentáveis é a eficiência energética. Para que um prédio ou uma residência seja eficiente, é preciso que o projeto possibilite atingir o conforto térmico por meio de estratégias passivas, diminuindo a utilização do ar-condicionado. Soluções para iluminação natural também são interessantes, uma vez que reduzem o consumo de energia elétrica durante o dia.
Além de planejar uma edificação que consuma menos energia, um projeto sustentável deve prever a utilização de energias renováveis. Hoje, no mercado, existem diversas opções de painéis solares de alta eficiência, além de pequenas unidades de geração de energia eólica.
Escolha racional dos materiais
A escolha dos materiais deve ser feita não somente para atingir o conforto térmico do interior da edificação, mas precisa levar a racionalidade em consideração. Para isso, diversos fatores devem ser pensados durante a execução da obra.
Em um primeiro momento, deve-se analisar o processo de fabricação do produto, procurando materiais que sejam menos poluentes. Por outro lado, utilizar materiais que possam ser reciclados, ou que tenham em sua composição insumos que passaram por reciclagem, é uma boa solução para mitigar os impactos da construção.
Optar por produtos que estejam disponíveis na região é outro fator importante, uma vez que o transporte dos materiais também gera grande impacto pela emissão de carbono. Por fim, é sempre bom optar por produtos que tenham alguma certificação ambiental.
Atualmente, na indústria de materiais de construção civil, existem diversas empresas que se preocupam com a sustentabilidade na construção, procurando otimizar o processo de produção dos seus materiais, em busca de garantir um impacto menor no ambiente.
Consumo de água sustentável
O projeto de construções sustentáveis deve prever o uso racional da água, utilizando equipamentos mais econômicos, como descargas de acionamento duplo, torneiras temporizadas, entre outros. A utilização de água da chuva também é uma estratégia interessante para atingir a sustentabilidade.
Gerenciamento dos resíduos
Os resíduos produzidos durante a fase de execução devem ser gerenciados de maneira correta. O armazenamento e separação adequados facilitam na hora da destinação final, garantindo que os materiais descartados causem menos impacto no meio ambiente.
Certificações para construções sustentáveis
No Brasil e no mundo, existem diversas certificações que procuram atestar a sustentabilidade do projeto e da edificação. A seguir, listamos 5 certificações que tem um grande destaque. Confira!
1. LEED
Na Europa, os grandes aglomerados urbanos são responsáveis por 40% das emissões de dióxido de carbono(CO2) na atmosfera. A LEED (Liderança em Energia e Design Ambiental) é uma certificação voltada para construções sustentáveis, que atua como uma chancela de que um edifício ou uma comunidade foram projetados e construídos usando estratégias destinadas a melhorar o seu desempenho ambiental. Entre essas estratégias, estão:
- uso de materiais sustentáveis, como telhas de fibra de celulose e pigmentos minerais;
- melhoria da qualidade ambiental do ambiente interno;
- manejo sustentável dos recursos naturais;
- eficiência no uso dos recursos hídricos;
- redução nas taxas de emissão de CO2;
- economia de energia.
Desenvolvido pelo US Green Building Council (USGBC), a certificação LEED fornece aos arquitetos e engenheiros uma estrutura concisa para implementar soluções práticas e mensuráveis ao processo de construção e manutenção de um projeto verde.
Os edifícios candidatos à certificação recebem pontos baseados na extensão, em que uma ou mais estratégias sustentáveis são alcançadas no projeto. Quanto mais pontos forem obtidos, maior será o nível da certificação concedida, que pode variar entre Prata, Ouro e Platina.
2. EDGE
O EDGE é um sistema de certificação de edificações verdes focadas em tornar um espaço mais eficiente em termos de recursos naturais. Ele é composto por um aplicativo de software baseado na Web e por um sistema de certificação.
Preparado para alavancar a construção ecológica de maneira rápida, simples e acessível, o software avalia formas de incorporar sistemas econômicos de energia e água em projetos comerciais e residenciais.
Já a certificação apresenta uma solução para que os projetos de sustentabilidade sejam viáveis em áreas de rápida urbanização e atuem como uma importante ferramenta de intervenção no combate às mudanças climáticas.
Para conseguir essa certificação, todas as características e soluções da construção são acompanhadas de perto pelos profissionais EDGE. Essa certificação possibilita que o projeto também conquiste o Selo de Sustentabilidade do Banco Mundial.
3. Processo AQUA
A Alta Qualidade Ambiental (AQUA) avalia o desempenho sustentável de um projeto, de acordo com itens como a qualidade técnica e arquitetônica da edificação. Essa certificação para construções sustentáveis estrutura-se sobre dois pilares: Sistema de Gestão do Empreendimento (SGE) e Referencial de Qualidade Ambiental do Edifício (QAE).
Dividido em quatorze categorias, o AQUA é destinado a avaliar, principalmente, prédios comerciais, escolas e universidades. A certificação incorpora elementos que visam a melhoria do desempenho ambiental do projeto e garantem que ele faça o melhor uso da infraestrutura local, reduzindo os custos operacionais. Os níveis de certificação do Processo AQUA variam entre Bom, Superior e Excelente.
4. Selo Casa Azul
O Selo Casa Azul é a certificação ambiental das construções sustentáveis geridas pela Caixa Econômica Federal. A certificação tem o intuito de promover a conscientização ambiental, incentivar o uso racional dos recursos naturais e incorporar sistemas eficazes de racionalização da água em projetos arquitetônicos.
O Selo Casa Azul também promove o uso de práticas eficientes durante o processo de construção e incentiva o uso de materiais ecologicamente sustentáveis, como a telha ecológica. Os níveis da certificação variam entre Bronze, Prata e Ouro. Para obter o Selo, o projeto é avaliado em cinquenta e três critérios, divididos em seis categorias:
- conservação de recursos materiais;
- eficiência energética;
- projeto e conforto;
- qualidade urbana;
- gestão de água;
- práticas sociais.
5. BREEAM
O BREEAM (Building Research Establishment Environmental Assessment Method) é um método de avaliação de sustentabilidade, voltado para a melhoria do desempenho ambiental de construções sustentáveis, por meio do controle de diferentes fases de projeto, como especificação de materiais, construção e operação. Além disso, ele pode ser aplicado a reformas estruturais.
A certificação centra-se no valor sustentável de diferentes categorias:
- uso da terra e ecologia;
- saúde e bem-estar;
- desperdício;
- transporte;
- materiais;
- poluição;
- energia;
- gestão;
- água.
O BREEAM incentiva práticas de inovação e estimula o uso racional dos recursos naturais. O foco na eficiência sustentável faz com que o BREEAM certifique os empreendimentos imobiliários ecologicamente corretos, o que melhora o bem-estar das pessoas que vivem e trabalham nesses espaços.
Vantagens com certificações
Além do menor impacto no meio ambiente, existem outras vantagens para quem adota certificações ou práticas de construções sustentáveis. A primeira delas é a melhora na imagem da empresa, mostrando que se preocupa com as questões ambientais.
A segunda vantagem é que as construções sustentáveis apresentam maior valor agregado. Normalmente, o desempenho de edificações certificadas é superior às tradicionais, oferecendo ao consumidor um produto diferenciado e de maior valor.
Por fim, existem incentivos fiscais para quem adota práticas de sustentabilidade na construção. O IPTU verde é uma delas, que permite descontos de 5 a 20% para locais que utilizarem estratégias sustentáveis.
As certificações verdes garantem que o projeto seja visto no contexto do valor geral do desenvolvimento sustentável, reduzindo os custos operacionais e tornando um edifício em um espaço de convívio ecologicamente correto e agradável.
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Fonte: Blog Onduline