“A caixa d’água de polietileno consegue resistir a impactos e tem instalação simples. Outro benefício é sua leveza, que proporciona fácil manuseio e elimina a necessidade de reforçar a estrutura da laje para suportar cargas elevadas. Um reservatório de mil litros, por exemplo, pesa somente 17 kg quando vazio”, destaca o engenheiro Cassio Matiotti, gerente Industrial do Grupo Rocha — detentora da marca Ecoforte.
“A solução é totalmente atóxica, ou seja, não contamina a água. Além disso, a superfície lisa evita incrustações e facilita a limpeza. Outro diferencial é a durabilidade do produto, principalmente por causa do aditivo anti-UV, que protege contra raios solares e elimina riscos de perda de resistência e coloração”, ressalta Rene Kuhnen, gerente de Marketing de Produtos da Tigre.
Ambos os especialistas concordam que os reservatórios de polietileno podem ser instalados em qualquer tipo de edificação. “O produto tem espaço para ser aplicado em obras residenciais, comerciais, na agricultura, piscicultura e em qualquer outra atividade que precise de reserva de água na temperatura ambiente”, diz Kuhnen. “Existem, inclusive, materiais com capacidades maiores, capazes de atender a demanda de um prédio”, completa Matiotti.
ESPECIFICAÇÃO
Ao especificar o material o profissional responsável precisa aferir se a estrutura da edificação é capaz de suportar o peso do reservatório quando estiver cheio. A escolha da solução ideal para cada cenário também deve levar em consideração a quantidade de pessoas que ocupa o empreendimento. Com base nessa informação, é calculada a capacidade da caixa d’água.
“Segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU), uma pessoa precisa, em média, de 110 litros de água por dia para as necessidades básicas de higiene e consumo. O recomendado é que a família tenha em seu reservatório residencial um volume suficiente para dois dias”, informa Kuhnen. No entanto, não é interessante que grandes quantidades de água fiquem armazenadas por longos períodos de tempo.
“Apesar de os reservatórios de polietileno garantirem que algas ou bactérias não se desenvolvam em seu interior, é sempre interessante a renovação frequente do volume armazenado”, recomenda Matiotti, explicando que assim é possível evitar contaminações. A qualidade da água também é assegurada por tampa que se adeque perfeitamente ao formato do reservatório, bloqueando a entrada de insetos ou sujeira.
QUALIDADE
Como as caixas d´água são responsáveis por armazenar um dos mais importantes recursos naturais, consumido diariamente, a fabricação do produto é processo que demanda alta responsabilidade.
Através da Associação Brasileira dos Fabricantes de Materiais para Saneamento (Asfamas), é realizado trabalho para analisar a qualidade dos materiais colocados no mercado. “Aqueles que são certificados têm a garantia de uma vida útil elevada, além de serem comprovadamente atóxicos”, diz Matiotti, informando que as caixas d’água de polietileno contam com o seu Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat (PBQP-h).
“Atualmente, são seis fabricantes certificados e essa relação completa está no site do Ministério das Cidades, sendo atualizada a cada três meses. Optar por um desses fabricantes é ter a certeza de que o produto está em conformidade com a ABNT NBR 14799 – Reservatório com corpo em polietileno, com tampa em polietileno ou em polipropileno, para água potável de volume nominal até 3 000 L (inclusive) – Requisitos e métodos de ensaio”, destaca Matiotti.
Segundo ele, seria interessante que os reservatórios de polietileno para armazenamento de água também fossem inspecionados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). “Afinal, estamos lidando diretamente com a saúde pública da população. Se todos tivessem a exata noção da importância desse produto, começariam a lidar com ele de maneira diferente e mais atenciosa”, analisa.
INSTALAÇÃO
Os reservatórios de polietileno têm instalação simples e alguns produtos trazem marcações de onde executar a furação para fixação das tubulações de entrada e saída. “São colocados sobre estruturas de concreto ou madeira, que tenham largura maior do que o fundo da caixa e resistência compatível ao peso do reservatório”, diz Kuhnen, destacando que essa superfície deve estar lisa, nivelada, isenta de sujeira e materiais pontiagudos. “Se for posicionada sobre base de madeira, as tábuas precisam ser resistentes e sem espaçamento entre elas”, completa.
Durante a instalação, é interessante que o reservatório seja colocado em local que permita o acesso para intervenções no produto, além de futuras trocas. “No passado, olhávamos para caixa d’água como um item praticamente definitivo no imóvel. Com isso, os alçapões de acesso, normalmente, só tinham espaço para a passagem de uma pessoa para que ela realizasse a limpeza ou manutenção”, comenta Matiotti.
Atualmente, o recomendado é que esse acesso seja compatível com o tamanho do reservatório. “Isso porque, apesar de ser material com vida útil elevada, em algum momento ele vai requerer a substituição. Assim, projetar acesso com dimensões maiores evita que todo o telhado seja desmontado ou paredes quebradas durante o procedimento de troca da caixa d’água”, argumenta.
MANUTENÇÃO
A limpeza do reservatório deve ser frequente. Afinal, se não estiver devidamente limpo e tampado, ele pode se tornar grande criadouro do mosquito transmissor da dengue, vírus Zika e febre Chikungunya. “Com o objetivo de evitar essas doenças, o Grupo Tigre preparou um passo a passo para a limpeza da caixa d’água”, informa Kuhnen.
De acordo com o documento, para iniciar a limpeza, é preciso ter em mãos uma brocha ou caneca plástica, pano limpo, esponja macia, balde e água sanitária. Também é importante que o registro de entrada de água da casa esteja fechado e que seja separada uma quantidade de água para utilizar nas últimas etapas da higienização da caixa. “Deixe no reservatório uma reserva de aproximadamente um palmo de água”, recomenda Kuhnen.
Na sequência, devem ser fechadas as saídas de água da caixa e, com a utilização do pano úmido, é realizada a limpeza das paredes e do fundo, usando o volume que estava reservado. Depois, retire a água da lavagem e a sujeira pela tubulação de limpeza. Caso necessário, utilize um balde, pano úmido ou esponja macia. Também tire bem as impurezas e seque o reservatório utilizando panos limpos, evitando passá-los nas paredes.
O procedimento continua com o fechamento do registro da saída de limpeza. Ainda com a saída de água fechada, deixe entrar um palmo de água. Adicione dois litros de água sanitária e deixe por duas horas. A cada 30 minutos, utilize caneca de plástico ou brocha para limpar as paredes internas da caixa. Durante todo o procedimento, nunca utilize sabão ou detergente, além de evitar o uso de vassoura e escova de aço.
Passadas duas horas, ainda com o registro fechado, esvazie a caixa abrindo as saídas. Também libere as torneiras da casa e acione a descarga, assim todas as tubulações serão desinfetadas. “Por fim, feche todas as torneiras e abra o registro de água para encher novamente o reservatório. Coloque a tampa na caixa d’água e se assegure de que ela esteja travada”, afirma Kuhnen, indicando ser interessante anotar em papel ou etiqueta a data da última limpeza.
Os fabricantes recomendam que as caixas d’água de polietileno sejam higienizadas a cada seis meses. No entanto, essa frequência pode variar conforme a localidade onde o produto foi instalado. “Em cada região do país as pessoas devem seguir as recomendações do órgão de abastecimento local, que informa de quanto em quanto tempo essa manutenção deve ser realizada”, finaliza Matiotti.
Fonte: Aec Web