Na outra ponta do ranking, empurrada para baixo pelas limitações verificadas pelos pesquisadores na sua infraestrutura de transportes, aparece São Paulo. A capital paulista ficou em penúltimo lugar no ranking de 31 cidades, vencendo apenas de Nairóbi, capital do Quênia.
O estudo é baseado em mais de 20 mil entrevistas com usuários de diferentes meios de transporte e viajantes frequentes em 31 cidades, juntamente com entrevistas detalhadas com 53 dos principais especialistas em mobilidade do mundo. O objetivo, segundo a Kantar, é ajudar no planejamento e desenvolvimento de transportes urbanos em todo o mundo e a moldar estratégias de negócios para novos e já existentes players no setor dos transportes e mobilidade.
Outros resultados
O Mobility Futures também deu origem a outros rankings, com São Paulo se posicionando bem em dois deles. Na lista de cidades com os “usuários mais conscientes” – que mede quantos dos entrevistados usam meios de transporte com taxas baixas de emissão de dióxido de carbono -, a capital paulistana ficou em oitavo lugar.
Segundo a análise, no quesito “consciência” as cidades asiáticas lideram o top 10, com Tóquio ocupando o primeiro lugar, seguida por Pequim e Singapura. Isso pode ser observado na baixa proporção de motoristas solitários e uma alta proporção de caminhantes, ciclistas e usuários de transporte público. Na Europa, Londres se classifica como a cidade de passageiros mais amigos do ambiente, devido à extensa rede ferroviária e subterrânea da capital inglesa.
Top 10: usuários mais conscientes
1º Tóquio
2º Pequim
3º Singapura
4º Nairóbi
5º Londres
6º Copenhague
7º Seul
8º São Paulo
9º Amsterdã
10º Moscou
Satisfação dos usuários
As maiores cidades da América Latina estão atrás do resto do mundo no que diz respeito à mobilidade das cidades. São Paulo e a Cidade do México (25º lugar) ficaram significativamente abaixo da média na análise de Kantar.
Por decorrência, essa desvantagem se traduz ainda na quantidade de passageiros pouco satisfeitos. É o que se vê no índice “felicidade dos usuários”, onde as duas cidades ficaram em posições inferiores no ranking: São Paulo, em 28º lugar; e Cidade do México, em 30º.
O carro ainda “é rei”
Outra descoberta da pesquisa é que, apesar das crescentes preocupações ambientais, os passageiros ainda “amam” seus carros. Persistem aspectos culturais, como o automóvel enquanto símbolo de status, conveniência, mas também, muitas vezes, como item de necessidade.
Globalmente, 39% dos viajantes urbanos dirigem sozinhos para trabalhar – mais do que qualquer outro modo de transporte. Com o transporte público visto mais negativamente do que outros meios, por parte dos usuários, esse resultado não chega a surpreender.
Também não surpreende que em Amsterdã (Holanda) e Copenhague (Dinamarca) estão os maiores adeptos do ciclismo do mundo. Estas cidades ficaram em 1º e 2º lugar, respectivamente, no índice da Kantar que mediu o uso da bicicleta, seguidas por Pequim, em terceiro.
Caminhantes
Os residentes de Tóquio (Japão) e Manchester (Inglaterra) são os que mais andam a pé no mundo, com a proporção de passageiros que optam por caminhar para o trabalho atingindo 18% e 16%, respectivamente.
Aplicativos
No uso de apps de mobilidade, outro índice avaliado no estudo, a cidade de São Paulo está bem posicionada. Foi medido o número de apps usados para a mobilidade – incluindo serviços de navegação e mapeamento, planejadores de rotas, serviços de compartilhamento de carros, bicicletas e transporte público. Com média de quatro aplicativos por usuário, a cidade classificou-se em 8º lugar.
À frente, o Sudeste Asiático, que lidera o uso de aplicativos de viagem. Os residentes de Mumbai e Jacarta usam, em média, mais de cinco aplicativos para navegar dentro e fora da cidade.
Já na China continental, o número médio de aplicativos é menor que o resto do mundo, e a explicação é que os fornecedores de compartilhamento de carros e bicicletas estão integrados a outros aplicativos mais amplamente usados, como o Baidu, para tornar suas ofertas ainda mais acessíveis.
Fonte: Mobilize