E nós, sociedade civil que há vários anos estamos pleiteando saúde, segurança, educação e outras coisas mais, após as eleições, quando emitimos um cheque em branco aos eleitos, que parece nunca ter fundos, pois quando é compensado, sempre é devolvido para a cobertura de saldo nas próximas eleições.
O tempo urge, como diria um professor meu… A sociedade civil está no seu limite. Para ficarmos no trinômio acima, vem ano vai ano, nada se modifica (falta de leitos, balas perdidas, péssimas escolas etc. etc.).
A equação na qual os resultados do setor produtivo que geram tributos para a solução dos problemas, está esgotada. Temos um sócio em nível federal, estadual e municipal, que nos consomem 6 meses do ano e continuamos como nosso trinômio problemático (fora as outras tantas necessidades).
Foi notícia recentemente neste impresso secular, que o projeto do complexo de Andaraguá – que trará emprego e geração de renda para a região – sofreu outro revés, e que não poderá ainda ser executado, mesmo depois de 15 anos do início de sua concepção. Isso mesmo! Já são 15 anos tentando colocar em prática este projeto logístico.
E ao longo dos anos, quantas pontes projetamos ligando Santos ao Guarujá, desde os tempos de Prestes Maia?
Qual o custo social disso tudo? Quantos empregos, negócios, geração de renda, tributos estão sendo desperdiçados com esta morosidade de decisões?
Esses são apenas dois exemplos de projetos com recursos privados de interesse da nossa região e não vemos uma convergência de interesse das autoridades eleitas neles, para saírem do papel efetivamente, trazendo o resultado que tanto a sociedade espera.
Entendemos que Ministério Público além de suas atribuições normais, poderia ser pró ativo, reduzindo assim o tempo, com a burocracia – por vezes – desnecessária. E que não se entenda que aprovamos qualquer procedimento que não os dentro da lei.
Para que possamos ter planejamento independente de ideologias, a Associação Comercial de Santos (ACS ) junto com a Associação dos Empresários da Construção Civil da Baixada Santista (Assecob), Sindicato dos Hotéis, Bares e Restaurantes (Sinhores) e Universidade Católica de Santos (Unisantos) estão liderando o processo de formação do Conselho de Desenvolvimento de Santos (Condesan), formado pela sociedade civil que fornecerá aos eleitos, diretrizes para o desenvolvimento econômico da nossa cidade para os próximos 20 anos.
Somente com participação da sociedade civil poderemos cobrar, de forma construtiva dos eleitos, o que nós queremos para o futuro da cidade de Santos, pois sem esta, continuaremos com o cheque sem fundos….
Nossos problemas são astronômicos e se não adotarmos a velocidade da luz para as soluções, qual o preço que iremos pagar? Que futuro iremos proporcionar para nossa cidade e região?
O desenvolvimento sustentável é a grande saída para vencer as adversidades. Não temos mais tempo a perder se queremos viver em uma cidade que possa oferecer melhores condições de vida para seus filhos e netos, com todos os trinômios necessários. Ao empreendedor “astrônomo”, só resta muita paciência, resiliência e continuar lutando.
Por Ricardo Beschizza para o site CBIC