Dentre muitas coisas que vejo no meu escritório e que coloco em discussão, é a responsabilidade de todos nós arquitetos e engenheiros que temos de ter a visão correta e consciente da importância da criação de uma norma ou uma entidade que fiscalize o oriente a venda do aço e de todos os produtos que compões o sistema construtivo. 
Publicidade

 Há algum tempo chamo a atenção do CREA e do CAU em relação a essas empresas que estão abrindo as portas de qualquer maneira, sem regras e sem responsabilidade . O que me preocupa é que o anseio pela venda podem criar conflitos que amanhã talvez não possamos controlar.  

Essa ambição gera uma irresponsabilidade no mercado e já estamos tendo problemas com isso. Pois entregamos um projeto executivo e de cálculo estrutural de qualidade para o cliente e se a execução não for seguida conforme projeto e manual de montagem de LSF, a casa pode vir a “balançar”. Então este cliente retorna à Micura e quando vamos fazer o check list, vemos que a execução foi realizada de forma inadequada colocando em risco a família que está lá dentro.  Retiramos então nossa ART, porém fica a pergunta: cadê a ART de quem forneceu o material e de quem está executando?

O que falo é uma chamada de atenção para todos nós, pois temos que ter ética, profissionalismo e responsabilidade. Muitas pessoas são capazes de iludir para conseguir uma boa venda e muitas vezes esquece que o cliente investiu dinheiro e o sonho de uma vida toda nesse projeto que pode vir a ter problemas. Por isso cabe a todos aqueles que fabricam perfis e a nós profissionais cuidar disso, porque industrialização é planejamento, é projeto complementares, projetos de cálculos estruturais, de elétrica e hidráulica, e, tudo deve estar muito bem ajustado ao ser colocado no Bin

Há poucos dias um cliente me perguntou qual sistema é mais barato: alvenaria ou steel frame? Minha resposta foi: “O mais barato é fazer corretamente na primeira vez”. Isso em algumas empresas muitas vezes não acontece. Então, neste refazer é onde estamos desanimando alguns clientes que estão abrindo a porta para trabalhar com

a industrialização, ou seja, para trabalhar com o Steel Frame. 

Para se obter qualidade em uma obra de LSF é necessário o desenvolvimento dos seguintes projetos: executivo de arquitetura, de engenharia, complementares e de cálculo estrutural, sem estes não é possível pensar steel frame. Os meus clientes pagam pelo meu projeto de arquitetura e complementares de LSF e a minha sócia, engenheira Boni Kotake, desenvolve o cálculo estrutural, planilha e cronogramas. Após este projeto vai para indústria, e, muitas vezes na ânsia de vender e vender mais barato diminui o aço e trabalha de outra forma. Por isso chamo a atenção dos órgãos competentes sobre a importância da fiscalização e criação de normas para a categoria.

A minha empresa, Construtora Micura tem 30 anos de mercado e vejo a cada ano a cadeia de construção a seco fazendo as coisas acontecerem. Por isso, hoje vim para falar que precisamos cuidar e zelar pelo LSF, caso contrário vamos ter alvenaria no steel frame e empreiteiro e montadores mandando em nossas obras.

Desde o primeiro Congresso falo sobre a importância da criação de uma associação para unirmos forças. Precisamos nos unir, criar uma associação. O Brasil é grande e tem espaço para todo mundo, e nós estamos fazendo uma tecnologia que dá pra levar para qualquer lugar. A logística passa a ser viável porque você não estamos carregando tijolinho.

Este é o sistema do presente e futuro e aqueles que estão começando devem ser corretos, pois ao contrário vai atrapalhar muita gente e isso não é honesto. As universidades também precisam acordar e colocar o sistema construtivo de LSF dentro do quadro de formação. Estamos na nova era, o Brasil não para de crescer e precisamos chegar em um resultado cada vez melhor e não ter desperdício de material e nem esse anseio de vendas.  Todos nós temos que vender, porém com responsabilidade e tecnologia.

Minha empresa faz calculo estrutural LSF há 18 anos e hoje em dia temos máquinas que transformam o aço de acordo com o projeto estrutural. Porém, não adianta ter somente o projeto em Revit e achar que o mesmo dará a planilha quantitativa e sair por aí fazendo construções em steel frame sem planejamento. Quem não tem projeto de arquitetura, de engenharia complementares e detalhes e ainda cálculo estrutural de LSF não faz steel frame. 

Fico feliz em saber que o Brasil está acordando para essa tecnologia DO LSF que só aqui é novo. Os nossos vizinhos estão a frente neste sistema de construção, podemos citar o Chile que tem 45% da construção em LSF, Argentina e Uruguai com 8%, além de México, Estados Unidos e outros que estão a anos luz a nossa frente.  Nós, um país tão gigantesco e com tantas necessidades de moradia, temos apenas 2% de construção em steel frame.

A Construtora Micura é uma empresa que é referência no mercado nacional, tem obra no país inteiro e trabalha com muito amor e dedicação em seus projetos, pois sabe fazer steel frame. Assim como a Mictech Cursos e Treinamentos, que é uma vila de casas construídas por todos os colaboradores, engenheiros e arquitetos e que se transformou no maior laboratório de steel frame que poderíamos ter no Brasil.