A Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) deu início, nesta segunda-feira (20/06), à 94ª edição do Enic | Engenharia & Negócios, o mais importante evento da indústria da construção no país, que reunirá, até quinta-feira (20/06), empresários, profissionais e especialistas do setor da construção, além de estudantes e imprensa.
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A primeira oficina, mediada pelo vice-presidente da CBIC Região Sul, José Eugênio Gizzi, tratou do tema Orçamentação: Sinapi e BIM rumo à 5ª dimensão”, com foco na orçamentação, utilizando a metodologia BIM (Building Information Modeling) com o apoio do Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil (Sinapi/Caixa), para obras de edificações, e do Sistema de Custos Referenciais de Obras (Sicro), para obras de infraestrutura. 

 Gizzi destacou que o BIM já é uma realidade em muitas empresas, porém uma boa parte ainda não conseguiu ultrapassar a 3ª dimensão (3D). O objetivo da oficina foi oferecer caminhos para alcançar a 5ª dimensão (5D) em busca de maior competitividade e produtividade às empresas do setor da construção.  

 O orçamentista e fundador da BrainBuilder, Vilberty Vasconcelos, destacou algumas dificuldades do setor público e privado quanto à implantação do BIM, tais como: barreira cultural e número reduzido de profissionais que dominam a metodologia com a orçamentação.   

 “BIM: obstáculo existe, mas o desafio vale à pena. É ganho de tempo, de produtividade e confiabilidade”, ressaltou Vasconcelos, ao destacar as vantagens da ferramenta na orçamentação. 

 Como soluções para as empresas, o especialista sugere revisão dos processos, fazer os devidos investimentos e treinamentos dos profissionais, engajamento de toda a sociedade, além das ferramentas de software.  

 Já a engenheira civil e consultora do Sinapi, Luciana Andrade, frisou que o BIM não é só um modelo em 3D, que facilita a visualização do projeto. “A proposta da metodologia é termos um projeto que vai falar com quem vai orçar e executar as especificações. Ele vai trazer as informações essenciais para o orçamentista”, disse.  

 Sinapi, Sicro e BIM 

Ao reforçar a importância do link do BIM com o Sinapi, a especialista no sistema mencionou que, para ajudar a chegar ao 5D, para que tenha essa interoperobilidade, o projeto precisa conversar com a orçamentação.  

Para Luciana, é necessária uma maior interação entre projetistas e sistema; conhecimento dos critérios de quantificação por unidade de serviço para correto levantamento dos custos a serem orçados; modelar atendendo às necessidades de dados e quantificação correta para uma melhor orçamentação, e possibilidade de modelos já linkados nos parâmetros do Sistema (cadernos, técnicos, especificações).   

 Na mesma linha, Vilberty Vasconcelos mencionou que o Sicro tem seus cadernos técnicos para a parte de orçamentação de obras de infraestrutura e de projetos.  

 Luciana reforçou ainda que projetos mais completos, projetos melhores e compatíveis com o que de fato vai ser necessário executar em campo vão garantir não só ganhos com o processo de orçamentação, mas também ganho de planejamento na execução da obra.  

 Além disso, ressaltou a importância do “I”, do Information, na sigla BIM. “Para chegar a um orçamento bem-feito é importante que o projetista converse com o orçamentista, que entenda as necessidades, os custos que vão precisar ser retratados e a forma de quantificação para ter quantitativos confiáveis no orçamento”, disse, acrescentando que “projeto mais completo, projeto com informação, projeto com quantificação confiável vai dar mais credibilidade à orçamentação no final do processo”.   

Gizzi destacou comentário do presidente da Comissão de Infraestrutura, Carlos Eduardo Lima Jorge, ao dizer que “orçamento correto é passo fundamental para a boa execução das obras”, ao enfatizar que “melhoria da qualidade dos projetos é uma agenda constante da CBIC”.  

Segundo Gizzi, em 2023 entrará em vigor a Lei 14.133, iniciativa que contou com a colaboração da CBIC, para a valorização da contratação dos projetos.  

O 94º Enic | Engenharia & Negócios é realizado pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) e conta com a correalização do Sesi, Senai e patrocínio do Sebrae, Confea, Mútua, AltoQI, SoftwareONE, CV, Sienge e Caixa Econômica Federal. 

Fonte: CBIC