Para saber se a sua empresa está preparada para o novo momento, pós-pandemia da Covid-19, além da necessidade de um bom planejamento estratégico, basta avaliar como está a valorização do capital humano, do capital da informação e do capital organizacional. Essa é a conclusão do “Quintas da CBIC” desta quinta-feira (10/06), que tratou da engenharia no novo momento e o planejamento estratégico das empresas.
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Na avaliação do professor associado da Fundação Dom Cabral (FDC), Miguel Marques, se as empresas não aprimorarem seu parque tecnológico e o seu quadro de pessoal, não tem caixa que suporte. “O resultado econômico-financeiro não se sustenta se não tiver a outra ponta que são as pessoas”, disse.

Por outro lado, o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), José Carlos Martins, citou como maiores inibidores para a inovação no setor da construção a falta de diretriz e a falha na integração da cadeia produtiva, bem como a alta tributação que gera a informalidade ou a perda de competitividade.
Na mesma linha, o presidente da Comissão de Infraestrutura (Coinfra) da CBIC, Carlos Eduardo Lima Jorge, destacou o prejuízo gerado pela burla de algumas empresas de obras públicas e de infraestrutura.

“Se uma empresa séria, que aposta na elaboração e no estudo de um bom projeto, de um bom orçamento de obra, e até em uma tecnologia melhor para fazer uma boa proposta e quando faz essa proposta acaba competindo com alguém que dá 50% de desconto, aceito pela administração pública, qual o incentivo que uma empresa dessa tem de buscar para a melhora da produtividade?”, provocou.

“Temos que pensar na tecnologia embarcada, dentro da nossa realidade, e muito fortemente na mão de obra [engenheiros capacitados e qualificados]. E, na outra ponta, nas entidades de classe para fortalecer a construção civil na sua cadeia, mas também cobrando resultados do governo na carga tributária e junto aos entes federados, na hora da licitação”, reforçou Miguel Marques.

Para mudar o cenário da falta de computação intensiva de dados – Tecnologia BIM (Modelagem de Informações da Construção), Inteligência Artificial (IA) e Internet das Coisas (IoT) – nas universidades do Brasil, o professor fundador da E2D 500, Aécio Lira, destacou a iniciativa conjunta da CBIC com a Coursera For E2D 500.

“O Brasil precisa criar um processo de enriquecimento das escolas de Engenharia e das empresas do setor da construção que não têm esses elementos. Só vamos fazer o processo de transformação digital se fizermos um processo de enriquecer as escolas e as empresas. Vamos enriquecer e mudar os currículos, mudar as empresas”, defendeu.

João Carlos Pimenta colocou o Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea) em prol da engenharia nacional.

“Sou um otimista inveterado. Estamos diante de uma situação que requer cuidado, mas vejo como um mar de oportunidade”, frisou o presidente da Comissão de Obras Industriais (Coic) da CBIC.

Ilso Oliveira defende foco nas empresas, para aprimorar a capacitação das pessoas e dos processos, e engajamento. “Se tivermos a capacidade de nos engajarmos, no sentido de fazer com que os nossos profissionais sejam mais capacitados e tenham melhores processos, tenho certeza de que, em menos tempo, a construção estará no lugar que merece”.

O tema do “Quintas da CBIC” tem interface com o projeto “Fortalecimento das Empresas de Obras Industriais e Corporativas” da Comissão de Obras Industriais e Corporativas (COIC) da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), em correalização com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai Nacional).

A íntegra do debate está disponível no canal da CBIC no YouTube

 

Fonte: CBIC