A indústria da construção civil continua sofrendo com a forte elevação em seus custos em função do incremento acentuado nos preços dos seus insumos básicos, conforme os resultados dos índices de custos da construção: INCC e Sinapi, divulgados pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), respectivamente.
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A indústria da construção civil continua sofrendo com a forte elevação em seus custos em função do incremento acentuado nos preços dos seus insumos básicos, conforme os resultados dos índices de custos da construção: INCC e Sinapi, divulgados pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), respectivamente.

No acumulado do ano, o INCC aumentou 5,08% e o Sinapi 6,81% e as elevações continuam sendo reflexo dos aumentos desproporcionais no custo com materiais de construção.

Os dois indicadores continuam demonstrando elevação acentuada nos custos com materiais de construção, cujas altas alcançam, nos últimos 12 meses encerrados em abril, 29,90%, dentro do INCC, e 28,44%, dentro do Sinapi.

INCC em abril teve a maior variação dos últimos 10 anos

O INCC/FGV aumentou 0,90% em abril, menor variação mensal desde janeiro/2021 (0,89%). Apesar desse resultado, o aumento no custo da construção segue forte.

“Essa foi a maior variação para um mês de abril dos últimos 10 anos. O aumento no custo da construção continua sendo pressionado pelo incremento no preço dos seus insumos, que nos últimos 12 meses acumulou elevação de 29,90%”, ressalta a economista do Banco de Dados da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Ieda Vasconcelos.

Em abril, o custo com materiais e equipamentos cresceu 1,99% em relação ao mês anterior. Apesar de ser a menor variação desde janeiro/2021 (1,37%) foi a maior alta apresentada para um mês de abril desde 1997, quando se iniciou a divulgação da atual série histórica.

Os vergalhões e arames de aço ao carbono continuaram exercendo a maior pressão positiva para o incremento do custo, com elevação de 3,67% em abril. De janeiro a abril/2021 a variação acumulada é de 30,04% e, em 12 meses, 67,45%. Tubos e conexões de ferro e aço aumentaram 4,01% em abril e, em 12 meses, 72,41%. Os condutores elétricos também têm apresentado elevações extraordinárias. Em abril o aumento foi de 3,87% e o acumulado em 12 meses 80,37%.

Sinapi tem a maior variação mensal desde 2013

Já o Sinapi/IBGE aumentou 1,87% em abril, em relação a março, terceira maior variação mensal registrada por esse indicador desde julho/2013.

Em abril o custo com materiais de construção, no Sinapi, apresentou variação de 3,14%, o que o que correspondeu a maior variação mensal dos primeiros quatro meses do ano.

Esse aumento é reflexo do incremento dos preços observados nos vergalhões e arames, tubos de aço, condutores elétricos e tubos de PVC, conforme divulgado pelo IBGE.

CBIC revisa expectativas de crescimento

A economista destaca que a CBIC revisou as suas expectativas de crescimento do setor em 2021 de 4% para 2,5%. “O aumento exagerado nos preços e a falta de previsibilidade para a solução deste problema contribuíram para a redução na projeção de crescimento. Como consequência desse cenário poderá ser observado o adiamento de novos projetos, o que certamente impactará na geração de empregos”, diz.

“Num momento em que a taxa de desemprego no País alcança números expressivos (14,4% no trimestre encerrado em fevereiro/21), evidenciando a fragilidade do mercado de trabalho nacional, a construção ganha ainda maior importância por ser intensiva em mão de obra. Por isso, é preciso que o setor tenha condições de continuar acelerando o seu processo produtivo”, completa.