Com esta conjuntura, as organizações parecem estar compreendendo que a sustentabilidade dos negócios está cada vez mais atrelada à competência em se adaptar a diferentes cenários com velocidade, eficiência e volatilidade.
A transformação digital dos modelos de negócios e operações das construtoras e incorporadoras, torna-se um caminho essencial para sobrevivência das organizações. Para isso, surge o questionamento: Como faço para promover a transformação digital em minha construtora/incorporadora?
Existem diversas formas de promover a transformação digital nas organizações, sendo importante analisar cada cenário. No entanto, as startups surgem como uma alternativa, pois oferecem inúmeras oportunidades ao setor, por conseguirem se adaptar rapidamente às novas demandas e anseios do mercado.
Na indústria da construção as startups são denominadas de construtechs e propetechs. As construtechs são startups relacionadas ao ambiente de obra, construção, engenharia, enquanto as propetchs possuem foco na propriedade em uso, como a compra e venda de imóveis, financiamento, ou seja, soluções ligadas diretamente com o consumidor final.
Conforme a Associação Brasileira de Startups, o Brasil possui aproximadamente 12 mil startups, sendo o setor da construção uma representação de 5,5%. Apesar desse baixo percentual, o ecossistema das startups do setor vem crescendo firmemente ao longo dos últimos quatro anos. Em 2020 foram mapeadas 702 startups, representando um aumento de 28% em relação à 2019 e 180% em relação 2017, a primeira edição do mapeamento, promovido pela Terracotta Ventures. Estima-se que o ecossistema movimentou aproximadamente R$ 2 bilhões no último ano.
Atualmente, as startups atuantes na indústria da construção (construtechs e proptechs), buscam promover a transformação digital através do desenvolvimento de soluções inovadoras e tecnológicas, objetivando a modernização do setor. Elas estão organizadas em quatro grandes áreas da indústria: Projeto e Viabilidade, Construção, Aquisição de Imóveis e Propriedade em Uso.
Assim, as organizações vislumbram nas startups, uma oportunidade de promover a transformação digital de seus produtos, processos e negócios. Mais recentemente, uma pesquisa realizada pela Deloitte e Terracota Ventures, com diversas empresas de diferentes segmentos da cadeia de todo país, apontou que 28% das empresas demonstram intenção de investir em startups.
Outro fenômeno, é o movimento de grandes organizações na criação de programas de aceleração e inovação internos, os famosos HUBs e Labs, em que as organizações abrem suas portas e apresentam as problemáticas internas da organização, e as startups desenvolvem soluções baseadas em metodologias ágeis, suportadas por tecnologias emergentes.
A seguir apresentamos algumas das principais iniciativas:
Alpha Inova (Alphaville Urbanismo)
Building Blocks (Liga Ventures + Saint Gobain)
Fast Dating (Tecnisa)
Garagem Duratex (Duratex + Endeavor)
Icon Hub (SINDUSCON-SP + Neo Ventures)
MIT Hub (Brasil Brokers, ZAP, Tigre e Duratex)
MoviMente (SECOVI-SP)
Inovação MRV (MRV)
Okara Hub (Barbosa Mello, Engeform, MPD, Temon e Lm Ventures)
Open Innovation (Votorantim Cimentos)
Vedacit Labs (Vedacit)
Ventures Gerdau (Gerdau)
Vetor AG (Andrade Gutierrez)
Todos esses movimentos apontam para a existência de uma consciência de que o investimento em tecnologia não se trata apenas de uma estratégia de inovação e crescimento, mas sim, de sobrevivência no mercado, por meio da geração de vantagem competitiva ou mesmo a transformação de seus modelos de negócio. Será cada vez maior o número de oportunidades de ganhos de produtividade e rentabilidade oferecidos pela aplicação de tecnologias digitais.
E com um leque amplo de opções para aumentar seu nível de digitalização, identificar quais soluções melhor se adaptam às suas particularidades pode não ser uma tarefa fácil para as organizações. Facilitar essa conexão é o que a pesquisa ‘Transformação Digital na Indústria da Construção’ pretende fazer: identificar as demandas por digitalização das construtoras e incorporadoras, categorizando-as por atividade dentro do ciclo imobiliário e de construção, e conectar essas demandas com as soluções oferecidas pelas startups, através de um mapeamento do potencial de digitalização por elas oferecido, possibilitando às construtoras e incorporadoras investimentos mais direcionados em tecnologia e inovação, acelerando o processo de digitalização das empresas.
Fonte: CBIC