O Produto Interno Bruto (PIB), divulgado nesta quarta-feira (4/3), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), fechou 2019 com crescimento de 1,1%, totalizando R$ 7,257 trilhões. Trata-se do terceiro resultado positivo, após as altas de 1,3% de 2017 e de 2018, que interromperam as quedas de 2015 e 2016. A indústria teve um comportamento diferente em relação a 2018, puxada pelo crescimento de 1,6% na construção, após cinco anos de desempenho negativo.
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Para o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção, José Carlos Martins, o resultado do PIB confirma o posicionamento do setor da construção civil ao longo de 2019 sobre a necessidade de medidas que impulsionassem o crescimento da economia via geração de emprego por meio do investimento na produção, em vez do incentivo ao consumo.

“A economia desacelerou no último trimestre de 2019, mesmo com a liberação dos saques do FGTS [Fundo de Garantia do Tempo de Serviço]. A medida não teve efeito prático e, pelo contrário, reduziu a atividade na construção civil neste período por falta de recursos para financiamento da habitação”, argumentou Martins.

A previsão da CBIC era de que a construção civil alcançasse crescimento de 2%, mas ficou em 1,6 %. “O que frustrou o desempenho foi exatamente na habitação de interesse social onde reside 90% do déficit habitacional do país. Apesar de ter crescido, o segmento poderia ter alta superior, pois ficou sem contratações durante muitos períodos de 2019, da mesma forma que no início de 2020”, alertou o presidente da entidade.

Ainda de acordo com José Carlos Martins, o mercado imobiliário cresceu 9,7% em vendas totais durante 2019, e tem contribuído na alta do PIB e do emprego, enquanto o financiamento do FGTS caiu em torno de 10%. “Esperamos que em 2020 possam ser tomadas medidas eficazes que permitam ao setor da construção ser efetivamente o propulsor do crescimento”, comentou o executivo.