O canteiro de obras está cada vez mais moderno e com uso de novos materiais. Obras estão mais rápidas e sustentáveis. Esse cenário, resume os principais benefícios da tecnologia, também conhecida como construção a seco, que proporcionou a interação do público com as mais importantes autoridades do mercado na América Latina, durante dois dias de palestras no Centro de Convenções Rebouças, em São Paulo.
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As atividades iniciaram na terça-feira (28/05) com a presença do diretor geral da Asociación Latinoamericana del Acero (Alacero), Francisco Leal; do representante do Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat, José Sérgio Oliveira Passos, que falou em nome da Secretaria Nacional de Habitação do Ministério de Desenvolvimento Regional e do secretário de Estado da Habitação de São Paulo, Flavio Amary, entre outras autoridades.

Palestras

A programação da quarta-feira (29/05) teve início com a palestra de José Sauro Neto sobre o uso de placas cimentícias prensadas como solução para acabamento. A partir do avanço do sistema construtivo a seco no Brasil, as placas cimentícias tornaram-se complementos essenciais nas construções que envolvem Light Steel Frame. Entre os diferenciais estão a rapidez na obra, menos geração de resíduos e durabilidade tanto para áreas internas como para áreas externas. Outro aspecto relevante nas obras é fixação. A palestra de Fabrizio Eizo mostrou tecnologias de fixação para o Light Steel Frame com uma ampla variedade de opções.

– Existe uma preocupação com a corrosão e, pensando nisso , desenvolvemos parafusos com tratamentos específicos que protegem contra este fenômeno tanto em placas cimentícias como OSB (reforço interno para paredes de Drywall). É importante verificar, de acordo com a região, qual o índice de corrosão da estrutura para indicar o parafuso que deverá ser aplicado – explicou.

William Medeiros falou da Norma Técnica NBR 15575 que trata da vedação externa, premissas de garantia e vida útil de projeto. A Norma trata de aspectos relacionados à segurança, habitabilidade e conforto térmico.

– Ouvimos, muitas vezes, falar na preocupação com a proteção contra o vapor, mas estanqueidade, que é a proteção contra a chuva, é muito importante. Vivemos em um país tropical e aquele que constrói em regiões úmidas precisa esar muito atento à isso, ainda mais porque em algumas regiões a precipitação vem junto com uma incidência forte de vento. Além disso, ressalto os avanços com o desempenho térmico, já que o Brasil tem variações muito intensas de temperatura e o steel frame mostra-se diferenciado nesse aspecto – disse.

Sistemas para vedação de estruturas Light Steel Frame, foram apresentados durante a palestra de Douglas Meirelles que mostrou exemplos de aplicação em diferentes tipos de prédios como edifícios de grandes alturas. A outra atração foi a palestra de Jonathan Fox sobre a tecnologia de software para planejamento, produção e montagem mais eficiente. Construção Inteligente e Eficiente em LSF foi o tema de Francieli Lucchette.

– Para quem trabalha o LSF é economicamente viável, tem qualidade e durabilidade, baixa assistência técnica e baixo impacto ambiental. Já para o consumidor, a atenção se volta mais à estética e à durabilidade. O que é importante é pensar no projeto. É preciso entender as necessidades, modulação e paginação, interface entre subsistemas, especificações corretas e manutenção. Temos que compreender muito bem qual a necessidade do cliente para fazer a especificação correta – disse.

A palestra de Vladimir Lignelli detalhou o funcionamento do Sketchframer, um sistema integrado gratuito para desenho, fabricação, e venda de LSF. A palestrante, Raquel Blumenschien, falou sobre o desafio de acelerar a industrialização na construção civil. O cenário global impacta no setor de construção a seco e, segundo a palestrante, é afetado por mudanças geopolíticas, naturais e climáticas. Além disso, o crescimento acelerado das cidades é um fator a ser considerado.

– Precisamos superar algumas adversidades. Há um baixo investimento em pesquisa e desenvolvimento – disse.

Entre os fatores de aceleração estão os avanços tecnológicos com softwares e plataformas que auxiliam na elaboração dos projetos, além de aspectos culturais que estão sendo superados.

O BIM como movimento estratégico para as empresas foi o tema apresentado por Rogério Suzuki. Conhecido como o conjunto de informações geradas e mantidas durante todo o ciclo de vida de um edifício, tornou-se um grande diferencial nas obras.

– O computador não tolhe a criatividade. Se souber aplicar ele potencializa a criação de projetos inovadores. Ele une projeto com a aplicação. Tudo é uma questão de conhecimento. O BIM permite um estudo avançado sem ter que construir fisicamente. A partir daí são gerados modelos adequados a orçamentação e extrai em tempo muito menor, os dados que precisam para simular a construção – explica.

O Planejamento e custo de fachadas painelizadas no Sistema industrializado – Realidade 3.0 foi o tema de José Marmo, que alertou para a urgência de melhorar a produtividade no Brasil. O palestrante mostrou estudos que demonstram um aumento nos últimos três anos de custos pós ocupação.

– O fornecedor coloca no pavimento, por exemplo, material na quantidade correta e tempo correto no padrão Just in Time. Isso para indústria é muito importante. Além disso, opera na logística reversa que é recolher o que não foi usado e levar embora – explicou.

O painel seguinte falou da Arquitetura: processo de criação, concepção e funcionalidade no sistema construtivo, com Enzo Sartori, que exibiu cases de sucesso usando a metodologia construtiva. O case do CINE, primeiro cinema autossustentável do Brasil, foi uma das atrações no período da tarde. A One Construccion foi responsável pelo gerenciamento da obra no complexo de 4.058 m² feito em Light Steel Frame na cidade de Itajubá, no Sul de Minas.

– Um dos pontos mais importantes foi verificar a resistência do aço. Identificamos para cada lote, a rastreabilidade tendo o certificado de cada lote que foi executado. A parte do embarque, também foi relevante porque não estávamos lidando com uma obra residencial. Foram 160 toneladas, que resultaram em quase 40 embarques que exigiram uma continuidade na montagem – afirmou o palestrante Braian do Carmo.

Experiências nacionais e internacionais

A experiência internacional do Japão, prendeu a atenção do público durante palestra de Masa Noguchi. Ele falou sobre Habitação industrializada no Japão: Fundamentos de negócio e sustentabilidade. Também foram exibidas experiências na Europa e América do Sul, com Eduardo Martínez Cuadro.

A temática da qualificação com a experiência de capacitação técnica na Universidade do Trabalho do Uruguai – UTU, foi trazida por Liber Trindade. Após, Antonio Gilberto de Freitas Filho demonstrou as ações do Programa Educacional: Inteligência Multi Construtiva.

Rubens Campos da Espaço Smart demonstrou iniciativas que aceleram o desenvolvimento do Steel Framing. A história das TINY Houses (casas ambulantes) um novo olhar para moradia no Brasil foi apresentada em transmissão ao vivo com a apresentação de Robson Lunardi e Isabel Albornoz. O Case Mundo Steel foi trazido por Valcir Nunes O último painel foi dedicado ao ensinamento de como evitar Patologias no sistema LSF: Soluções e boas práticas com a participação de Luciana Oliveira (Mediação), Heloisa Pomaro, Roger Timm, Savio Neiva e Sonia Ganen.

De forma paralela durante os dois dias do evento ocorreu a 4ª Expo Light Steel Framing e Tecnologias da Construção Civil onde as empresas do setor tiveram a oportunidades de expor seus produtos e serviços.

Palestras Técnicas

Durante a tarde, a programação contou, também com palestras técnicas: ISA – Inovações, Soluções e Acabamentos para LSF, com Roberto Paolilo Monay; Galvanização: o aço galvanizado a fogo aumentando a vida das estruturas, com Ricardo S. Góes; Plywood Estrutural – Especificação, Aplicação e Vantagens na utilização em Obras de LSF, com Luiz Felipe G. Elias; Formica – Revestimentos Laminados Para Construção Seca, com Gabriel Pontes Cavezzale; Acústica nos sistemas Drywall e Steel Frame: Cuidados e desempenho, com Douglas Meirelles; Drywall: Qualidade e normalização, com Rosângela Ciarcia S. Arnandes; Norma Brasileira de Light Steel Framing – Parte II Estrutura, com

Tarcis Antunes; A contribuição de análises não-lineares no desenvolvimento do projeto de estruturas esbeltas e aplicações no Light Steel Frame com Mario Antonio S. Santos e O mercado da construção civil: Por onde começar, com Leila Brito.

Fonte: Redação: Marcelo Matusiak
Coordenação: Marcelo Matusiak